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Sabesp: fala de Doria sobre capitalização não descarta, mas impõe mais desafios à privatização; ação fecha em queda de 5%

O pregão desta quarta-feira (19) foi de fortes emoções para os investidores de ações da Sabesp (SBSP3). Os ativos da companhia paulista de saneamento chegaram a despencar 10,71% na mínima da sessão desta quarta-feira (19), a R$ 49,60, com a notícia da capitalização da companhia, o que levaria a uma não privatização da empresa. Os papéis amenizaram as perdas mas, ainda assim, tiveram forte queda, fechando em baixa de 5,04%, a R$ 52,75, com a avaliação de que a privatização não foi descartada, mas será bem difícil de acontecer caso a capitalização passe na frente.

O motivo para a forte queda no início do pregão foi a notícia de que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a companhia voltaria ao modelo de capitalização, considerado menos positivo do que o de privatização (um dos grandes catalisadores para a companhia), declarações concedidas durante conferência realizada pelo Santander na manhã desta quarta-feira.

Durante a sessão, os papéis amenizaram a queda com a indicação de que a fala de Doria não descarta totalmente a privatização da companhia.

A seguir, está a transcrição completa da declaração do governador sobre a capitalização: “A Sabesp, o seu valor em bolsa cresceu substancialmente, mesmo antes da sua regulamentação [do marco regulatório], e a decisão do governo de São Paulo, isso é importante para os que são do mercado financeiro, é de fazer a capitalização da Sabesp na primeira etapa. A Sabesp, que já tem suas ações em Bolsa, vai voltar a um programa de capitalização e a partir deste mês de agosto prestando serviço a outros Estados brasileiros. Vai disputar concessões na área de saneamento, distribuição e tratamento de água, e também do lixo. Ela terá um crescimento exponencial e o seu valor colocado em bolsa em um amplo programa de capitalização que muito em breve Henrique Meirelles, Benedito Braga e eu teremos oportunidade de anunciar.”

Interlocutores do governador, de acordo com fontes ouvidas pelo InfoMoney, chamaram a atenção para a ‘primeira etapa’ mencionada por Doria, apontando que a fala não significa que um processo de privatização deixou de ser considerado para uma etapa posterior. Essa avaliação fez com que a ação amenizasse a queda, ainda que ela continuasse expressiva: às 12h23, os ativos chegaram a cair “apenas” 4,5%, a R$ 53,05, voltando a cair mais intensamente depois.

Isso porque, apesar da privatização não sendo descartada, a notícia não deixa de ser negativa, ainda mais levando em conta que os dois processos (capitalização e privatização) são longos e nada triviais, conforme apontou Gabriel Fonseca, analista da XP Investimentos. Com isso, uma capitalização em uma primeira etapa pode inviabilizar a privatização ainda durante esse governo, tornando mais incerto o cenário para a companhia.

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