Moro confirma acusações contra Bolsonaro em depoimento de mais de 8h à PF
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro concluiu seu depoimento à Polícia Federal após mais de 8 horas. Segundo informações da Globonews, ele teria confirmado as acusações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre crimes de interferência política na PF e apresentou novas provas entre áudios, troca de mensagens e e-mails. Moro chegou em um carro oficial da corporação, por volta das 13h15 de sábado (2), à sede da Superintendência da Polícia Federal na capital do Paraná. O depoimento começou por volta das 14h20 e só terminou às 22h40. O ex-ministro deixou o prédio da PF pelos fundos pouco antes da 0h30 deste domingo (3), sem falar com a imprensa.

A oitiva foi conduzida pela delegada Christiane Correa Machado, chefe do Setor de Inquéritos Especiais do Supremo Tribunal Federal. O secretário-geral da seccional paranaense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Rodrigo Sánchez Rios, e mais três advogados de um escritório criminalista acompanharam o ex-ministro. O depoimento foi também acompanhado pelo delegado federal Igor Romário de Paula, diretor de Investigação e Combate à Corrupção (Dicor/PF). O delegado chefiou a equipe de policiais federais que atuaram na Operação Lava Jato, cujos processos em primeira instância eram presididos por Moro, quando ele era juiz federal.

O depoimento ocorreu em uma sala ampla da sede curitibana da PF. Os participantes mantiveram uma distância de pelo menos 1,5 m uns dos outros. Todos os presentes usaram máscaras.
Os dois grupos começaram a trocar insultos e um dos manifestantes (não se sabe integrante de qual grupo) chegou a agredir um cinegrafista da RIC TV (afiliada da Record no Paraná). Policiais militares intervieram e controlaram a confusão.

A investigação foi aberta a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que também quer investigar se o ex-juiz da Lava Jato cometeu crime de denunciação caluniosa. O inquérito corre no Supremo Tribunal Federal (STF). O relator é o ministro Celso de Mello, que deixa a corte no fim do ano. Em entrevista à revista Veja, Moro disse que considerou “intimidação” o fato de a Procuradoria-Geral da República o investigar por suposta denúncia falsa.Aras foi indicado ao cargo pelo próprio Bolsonaro, numa ação em que o presidente deixou de escolher um nome da lista tríplice de candidatos eleitos internamente pelo Ministério Público Federal. Em resposta, Aras disse que não admite ser manipulado ou intimidado.
Fonte: UOL.