Educação

Que Escola é Essa?

Caros leitores, vamos falar com educação. Que escola é essa onde alunos, mal saídos das fraldas digitais da pandemia, tratam seus professores como garçons obrigados a atender seus desejos juvenis imediatos? Que escola é essa em que pais enxergam professores como prestadores de serviço cujo papel é agradar e não educar, amparar caprichos ao invés de formar cidadãos?

Bem-vindos à escola da periferia paulista pós-pandemia—ou melhor, pós-apocalipse educacional. É exatamente assim que professores descrevem sua rotina atual: desrespeito explícito, violência verbal cotidiana e uma inversão absurda das relações de autoridade. Aqui, os alunos são “clientes insatisfeitos” e professores, funcionários subordinados aos pequenos tiranos que criamos coletivamente.”Oxi! Faz seu serviço ai ô” disse a aluna ao professor de biologia que chamava sua atenção por estar em turminha com outras colegas se divertindo com o celular

Será que é exagero? Então que se pergunte ao professor que tentou aplicar uma prova ou ao aquele que negou uma simples ida desnecessária ao banheiro, ou ainda pedir para largar o bendito celular. Pergunte aos pais que, chamados para conversar sobre o comportamento inadequado dos filhos, se colocam ao lado deles, reforçando a ideia de que a escola é apenas uma extensão das vontades infantis.

De fato, parte considerável dos alunos encara a escola como uma creche tardia. Professores com atitudes afetuosas e acolhedoras, quase maternais, são procurados como refúgio seguro para validar suas birras e erros. Já aqueles que assumem uma postura mais firme, tradicionalmente identificada com autoridade paterna, são vistos como algozes impiedosos, imediatamente rejeitados e hostilizados e até ameaçados de processos por assédio e sabe se lá Deus mais o quê.

Curiosamente, nos anos iniciais a escola ainda mantém um certo encanto, talvez pela proximidade com o universo infantil das brincadeiras. Mas, à medida que os alunos avançam para os anos finais e chegam ao Ensino Médio, os enfrentamentos aumentam exponencialmente. O espaço escolar torna-se palco de conflitos constantes, desafiando limites, tolerância e paciência de professores e gestores.

Nesse ambiente caótico, há exceções dignas de nota: alunos cujos pais valorizam a educação não como simples entretenimento ou obrigação burocrática, mas como uma chance real de crescimento pessoal e social. Geralmente são pais com maior formação acadêmica, que entendem a importância da escola e estimulam seus filhos a respeitar e valorizar o papel dos docentes.

Mas, afinal, que escola é essa? É a escola que todos nós permitimos existir. Uma escola que precisa urgentemente recuperar sua dignidade, seu propósito, seu verdadeiro papel social.

É isso meus amores, você tem a mesma percepção? Convido você a explorar comigo as razões pelas quais chegamos aqui e, sobretudo, quais os caminhos para reconstruirmos essa escola como espaço legítimo de aprendizado, respeito e crescimento.

Está preparado para essa conversa? Porque, meus amigos, fingir que não estamos diante de uma crise educacional grave é tapar o sol com a peneira—e isso, definitivamente, não faz mais sentido.

Por: João de Loyola

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