Professora é humilhada e agredida por alunos do 3° Ano do Ensino Médio
Uma professora de 49 foi atacada por cinco alunos do 3º ano do Ensino Médio, em uma escola pública do interior de São Paulo.
Chamaram ela de “morta de fome”, “burra”, “velha”.
Um deles colocou uma sacola em sua cabeça e simulou um ato sexual.
Outro bateu em sua cabeça com um capacete. Três vezes. Tudo isso diante da turma. Em plena sala de aula. À luz do dia. 11h30min…
Ela saiu dali carregando um trauma que vai atravessar anos.
Um medo que não termina ao fim do expediente.
Uma vergonha que nem era dela mas que ela sentiu como se fosse.

- E eles?
Dois dias de aula à distância.
Uma mediação.
Um pedido de desculpas protocolar.
Talvez uma transferência.
A conta não fecha. A justiça não vem. O trauma não some.
A verdade é que a legislação brasileira não protege quem ensina.
Ela protege quem agride.
Ela é branda com quem desrespeita.
Ela é falha com quem tenta educar.
Esses “meninos” saem praticamente ilesos.
E pior: saem mais perigosos.
Porque aprenderam que podem fazer e sair quase impunes.
Essa punição não basta nem pra fazê-los pensar duas vezes.
E muito menos pra inibir quem assiste e pensa em repetir ou superar “a brincadeira”.
Ser professor do Ensino Médio é viver em alerta.
É medir as palavras, o tom, o volume.
É tentar ensinar enquanto se defende.
E quando o professor é mulher… o corpo vira alvo, o rosto vira piada, a idade vira ofensa.
É o machismo e a violência escolar de mãos dadas, agredindo em grupo, e se escondendo atrás da menoridade.
Mas hoje, eu não escrevo só pra denunciar.
Escrevo pra me posicionar.
Minha solidariedade, meu respeito e minha revolta estão com essa professora.
E com todas as outras que já foram feridas, silenciadas, humilhadas, esquecidas.
Que essa dor vire denúncia.
Que esse trauma vire mobilização.
E que um dia, entrar em sala de aula volte a ser um ato de ensinar e não de sobreviver.
Por Professor Fábio Flores