Pane no motor é uma das hipóteses investigadas para queda do avião que matou piloto na zona norte de SP
A pane no motor é uma das hipóteses que estão sendo investigadas pelas autoridades para tentar explicar a queda do avião de pequeno porte que matou o piloto, na noite desta quarta-feira (8), na Zona Norte de São Paulo. A informação foi confirmada nesta quinta (9) ao G1 por fontes aeronáuticas e policiais.
A Aeronáutica apura as causas técnicas e a Polícia Civil eventuais responsabilidades criminaispelo acidente aéreo que matou o piloto Paulo de Magalhães Pereira, de 48 anos,na Avenida Braz Leme.
“Registramos o boletim de ocorrência e vamos instaurar inquérito para acompanhar”, afirmou o delegado Osvany Zanetta, titular do 13º Distrito Policial (DP), Casa Verde.
“A polícia vai tentar descobrir, com base na informação técnica e outros elementos que eventualmente venha a colher sobre o fato, se há conduta criminosa ou não”, completou MarcoAntonio Pereira Novaes de Paula Santos, delegado da 4ª Seccional Norte.
Peritos do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV) e da Polícia Técnico-Científicaforam ao local da queda, na manhã desta quinta, analisar os destroços da aeronave.
Por meio de nota, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou que vai apurar as prováveis causas da queda do avião para depois divulgar um relatório para prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/8/T/BgvRRpQ8yAYGAUcdnZ6w/aviao.jpg)
Avião cai na região do Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo. — Foto: Reprodução/TV Globo
Relatos da queda
Segundo testemunhas que passavam pelo local da queda no instante do acidente, o avião explodiu após bater no canteiro central da avenida. O corpo do piloto foi carbonizado.
“Foi muito rápido, mas tenho quase certeza de que o avião não caiu pegando fogo. Acho que a forte explosão aconteceu no contato com solo”, contou o engenheiro civil Fausto Batista, que estava a cerca de 50 metros do local do acidente.
O bimotor, BE-58, prefixo PR-OFI, vinha de Ubatuba com destino ao Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte, e ao tentar realizar o pouso caiu por volta das 18h na avenida. O voo do litoral a capital leva, em média, 40 minutos.
Na manhã desta quinta-feira, o pai do piloto voltou ao local do acidente, mas não quis falar com a imprensa. Na quarta, ele havia tido que reconheceu a aeronave como sendo do filho ao vê-la pegando fogo na TV.
“Quando eu olhei [o acidente] eu conheci o avião e falei: é ele. E sai correndo”, lamentou Luiz Antonio Silva Pereira, que lembrou que Paulo estava feliz. “Tinha as carteiras todas em dia, o exame de saúde em dia, estava contente”.

Outras hipóteses
Além de possível falha mecânica no avião, o Seripa IV também vai apurar se teve falha humana ou até as duas possibilidades juntas.
O 13º DP aguardará o resultado dos laudos do Seripa e do Instituto de Criminalística (IC)para depois saber se a causa da queda da aeronave que matou o piloto ocorreu por imperícia, imprudência ou negligência de alguém.
Áudio
Antes do acidente, o controlador de voo da torre de controle do aeroporto falou para outros pilotos tomarem cuidado porque o avião estava em “emergência” e iria pousar no Campo de Marte. A gravação do áudio circula nas redes sociais (ouça acima).
Segundo aeronautas, o piloto da aeronave caiu ainda tentou conversar com o controlador sobre o local onde deveria aterrissar. Em seguida outra pessoa diz: “o avião caiu”.
Com a possibilidade do pouso de emergência da aeronave no aeroporto, a equipe dos bombeiros da Infraero, que administra o Campo de Marte, se posicionou caso houvesse algum problema na aterrissagem.