Religião

Estou pronto, agora!

O capitão de um navio que ia zarpar, dirigia-se apressado para o porto.
Estava muito frio. Diante da vitrine de um restaurante, ele viu um menino quase maltrapilho, de bracinhos cruzados e meio trêmulo.

  • Que está fazendo aí, meu pequeno? – Disse-lhe o capitão.
  • Estou só olhando quanta coisa gostosa existe para se comer. Além do que, deve estar bem quentinho aí dentro.
  • Tenho bem pouco tempo antes da partida do navio. Se você estivesse arrumadinho, eu o levaria a esse restaurante para que comesse algumas dessas coisas boas e saborosas. Mas, infelizmente, não esta. – Falou o capitão.
    O garoto, faminto e com os olhos rasos d’água, passou a mãozinha magra sobre os cabelos em desalinho e falou:
  • Estou pronto, agora!
    Comovido, o capitão o levou para o restaurante, e pediu que servisse a ele uma boa refeição. E, enquanto o garoto comia, o capitão perguntou:
  • Me diz uma coisa: Onde está a sua mãe, meu pequeno?
  • Ela foi para o céu quando eu tinha apenas quatro anos de idade.
  • E você ficou só com seu pai? Onde ele está? Onde ele trabalha?
  • Nunca mais vi meu pai, desde que minha mãe morreu.
    Mas, então, tornou a perguntar o capitão, quem toma conta de você?
    Com um jeitinho resignado, o menino respondeu:
  • Quando minha mãe estava doente, ela disse que Deus tomaria conta de mim. Ela ainda me ensinou a pedir isso todos os dias a Ele.
    O capitão ficou cheio de compaixão e acrescentou:
  • Se você estivesse limpo e arrumadinho eu o levaria para o navio e cuidaria de você com muita alegria.
    O menino pôs-se de pé, rápido, alisou os cabelinhos sujos e mal cuidados e voltou a repetir a mesma expressão:
  • Capitão, estou pronto, agora!
    Vendo-o assim quase suplicante, o capitão o levou para o navio, onde o apresentou aos marinheiros e imediatos, dizendo:
  • Ele será meu ajudante e será sempre chamado de “Pronto, agora”.
    Ali o garoto recebeu tudo o que carecia e as coisas transcorriam, aparentemente bem, até que um dia ele amanheceu febril.
    Foi medicado, mas a febre não cedia. Vendo-o piorar, o capitão aflito disse ao médico:
  • Procure salvá-lo, doutor. Não quero ficar sem ele.
    O médico fez tudo o que pôde, mas em vão.
    Na tarde seguinte, o menino, chamando o capitão, falou:
  • O senhor foi muito bom para mim. Eu o amo muito e gostei de estar aqui, mas agora vou ao encontro de minha mãe.
  • O senhor está pronto, agora, para aceitar que eu vá? Porque minha mãe está me dizendo que enquanto o senhor não estiver pronto, eu não me libertarei.
    Com lágrimas nos olhos, o capitão, tomando as mãos do menino, disse:
  • Filho, estou pronto, agora!
    O garoto cerrou os olhos, suspirou e seu Espírito abandonou o corpo inerte, indo ao encontro de sua mãe.
    Abre-te ao amor e ao bem, onde estejas e com quem te encontres.

Aprende a entesourar bênçãos na dificuldade, como se colhesses lírios no pântano.
Cumpre os teus compromissos, mesmo aqueles que te pareçam mais aflitivos, com a alegria de quem se liberta.
Dessa forma estarás sempre pronto para a vitória, as conquistas maiores e a felicidade que te aguarda.

Fonte: Facebook – Chico Xavier – Momento Espírita.

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