Saímos juntos, dois cães e duas pessoas
Eu a havia escolhido. Depois de tantos dias atrás das grades frias de um abrigo, finalmente era o momento dela. O olhar dela dizia tudo: um misto de medo, esperança… e algo mais.
Mas ela não se moveu.
Não correu até mim como a maioria faz. Não pulou, não latiu, não lambeu minha mão. Ficou ali, parada, tremendo, com os olhos cheios de lágrimas que mal ousavam cair.

Me abaixei, confuso. “O que foi, pequena?”
Então vi ela olhar para trás.
Num cantinho da jaula, encolhido como se quisesse desaparecer, havia um chihuahua minúsculo. Os olhos tristes. O corpinho inteiro tremendo de medo.
E foi nesse instante que eu entendi:
Ela não podia deixá-lo. Não podia se salvar sozinha.
Eles eram família.
E foi o meu coração que se partiu um pouco. Porque às vezes os animais nos ensinam o que nós esquecemos: lealdade, amor incondicional, medo do abandono.

Então olhei para o funcionário do abrigo e disse, sem hesitar:
—Preencha outro formulário. Vou levar os dois.
Saímos juntos. Dois cães e duas pessoas. Não sabíamos nada do passado daquelas pequenas almas, mas sabíamos uma coisa: nunca mais se separariam.
E eu só desejo uma coisa:
Que cada pôr do sol seja vivido lado a lado.
Que cada abraço as encontre na mesma coberta.
E que nunca mais precisem escolher entre o amor e a liberdade.
Porque desta vez, elas foram juntas. E, finalmente, para casa.
Fonte: *Facebook – Meu cão é o bicho*