A Águia e a Lontra
Nas alturas das montanhas, uma Águia imponente pousou no galho de uma árvore antiga, segurando no bico uma pedra reluzente, cheia de história e poder — símbolo de coragem para todos que habitavam aquela terra.
À margem do rio, uma Lontra sorrateira observava o brilho da pedra. Ela não queria a pedra para sobreviver, mas para ostentar, para ter aquele poder nas patas e se mostrar a rainha da margem.
Com voz doce e ardilosa, a Lontra se aproximou:
— Salve, nobre Águia! Ouvi dizer que teu grito ecoa mais alto que o trovão e que és a dona do céu e do vento! Aposto que teu canto é o mais belo da montanha!
A Águia, sabendo do truque, fechou o bico devagar, segurando firme sua pedra, e respondeu:
— Obrigada pela bajulação, Lontra. Mas meu grito não é para encantar vaidades, e sim para guardar o que é meu. Se quiser ouvir meu som, prepare-se: não é canção de festa, é aviso de força.
A Lontra, sem graça e sem a pedra, se afastou com um sorriso falso:
— Ah, talvez outra hora… Tenho assuntos mais importantes.
E a Águia alçou vôo, livre e serena, deixando para trás a Lontra que queria mais brilho do que valor.
Moral da história: Nem todo elogio é sincero — muitas vezes é só o truque de quem quer o que não merece. Valorize a verdade, não o brilho falso da bajulação.
