História que o povo conta

A arrogância da Caneta e a humildade da Enxada

A caneta, dourada e vaidosa,
Entrou falando grosso na conversa:
“Eu sou a rainha dos tribunais,
Dou diploma, mando, escrevo promessa!”

“Comigo se escreve história,
Comigo se dita a lei!
Sem mim, ninguém vira doutor,
Sem mim, ninguém vira rei.”

“Sou elegante, sou delicada,
Nunca toquei na sujeira do chão.
Enquanto eu decido o futuro,
Você… só cava buraco no sertão.”

A enxada escutou calada,
Mas a terra em seu cabo já dizia:
Ali não tinha vaidade,
Só luta, suor e sabedoria.

Quando abriu a boca, foi certeira,
E a vaidade da caneta caiu ali:

“Você vive cercada de luxo,
Mas nunca soube o peso de uma mão calejada.
Seus papéis enchem prateleiras,
Mas é da minha terra que vem a verdadeira jornada.”

“Quantos doutores você já fez,
Mas por trás de cada diploma há um suor,
Uma enxada que quebrou a terra,
Pra que sua tinta tivesse valor.”

“Você nunca pegou sol na cara,
Nunca sentiu a lomba do esforço.
Enquanto você escreve destino,
Sou eu que sustento esse esforço.”
Texto de Raquel Ferreira
“Você se acha a tal — a elite!
Mas sem mim, seu poder não dura um mês.
Pois até pra ter tinta no seu corpo,
Alguém teve que colher com os pés.”

A caneta, trêmula, se calou,
Percebendo o que não via da janela:
Que por trás de cada ordem escrita,
Tem uma enxada sustentando a vida.

No fim das contas,
A caneta pode até ter status,
Mas a enxada tem história,
tem suor,
tem verdade.

Texto de Raquel Ferreira (Baseado na música “A Enxada e a Caneta”)

Lição de vida:

Os arrogantes, aqueles que se acham melhores só porque têm estudos ou status, esquecem que é a humildade do trabalho que sustenta o que realmente importa. Eles ignoram o suor de quem constrói a terra, de quem arca com o peso do dia a dia. Acham que a tinta da caneta é mais poderosa que a força da enxada, mas são esses trabalhadores humildes que, com seu esforço constante, garantem que as histórias possam ser escritas.

A arrogância se desfaz diante da realidade da vida, porque não é o diploma que sustenta a alma, mas o esforço, a verdade e a humildade de quem labuta para construir um futuro. Respeite a terra, respeite o suor, pois a verdadeira riqueza está em quem trabalha, e não em quem apenas escreve sobre isso.

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